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terça-feira, 1 de abril de 2014

Objetividade: verdade ou mito?

O conceito de objetividade jornalística é descrito por muitos autores como sendo a prática de um jornalismo isento de opinião, ou seja,a notícia seria o reflexo e a imitação da realidade. No entanto, muito se discute sobre a subjetividade no jornalismo, uma vez que as notícias passam por diversos filtros, começando pela própria observação e apuração do jornalista. Neste contexto, será possível separar as impressões individuais que cada um traz consigo, como, por exemplo, a sua ideologia política, suas crenças e suas vivências pessoais? E como proceder quando se trabalha em um veículo que tem uma linha editorial voltada para um determinado partido político, ou ainda como fugir das questões mercadológicas envolvidas por trás das notícias?

Algumas correntes teóricas desmitificam o mito da objetividade. Uma destas vertentes, concebida por Manning White, é de que o processo de seleção da notícia é determinado de forma subjetiva pelo jornalista, uma perspectiva individualista do processo jornalístico, conferindo total poder ao polo emissor (personificado pelo jornalista) na definição da noticiabilidade.
Dois pesos...
A realidade vivida pelos meios de comunicação brasileiro se encaixa perfeitamente nesta premissa. Fazendo uma breve análise de duas manchetes veiculadas na revista Veja (quadro 1) e na revista CartaCapital (quadro 2) podemos identificar como o mito da objetividade é aparente.
1) Veja
2) CartaCapital
Objetividade não é uma realidade
Na manchete da Veja, observamos o uso de palavras de poder apelativo político e partidário como, por exemplo, a palavra “radicalismo”, que faz uma menção à corrente política que prega uso das ações extremas para gerar a transformação completa e imediata das organizações sociais. E ainda coloca o partido como controlador da mídia.
Na versão da CartaCapital, a mesma notícia é abordada com outro viés. O PT é colocado apenas como defensor da regulamentação da mídia. No texto, frases como “não há, em nenhum momento, menção à criação de mecanismos de censura à imprensa, mas críticas aos abusos de grandes veículos” mostram a posição política da revista, ainda que seja de uma forma implícita.
Em síntese, a objetividade não é uma realidade vivida na prática jornalística. Existem diversos fatores que contribuem para que a notícia seja apurada e veiculada de acordo com os valores individuais de cada um, da linha editorial do veículo e dos aspetos sociais, históricos e econômicos vividos no momento da criação da noticia.

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